A própria autora K. Webster deixa o aviso:
"The Wild é uma história extremamente tabu. A maioria achará que os temas deste livro o deixarão incrivelmente desconfortável ou até mesmo ofendido. Este livro é apenas para os corajosos, os de mente aberta e os que anseiam por amor até nas mais tristes das situações. Temas sexuais extremos e violência em certas cenas, que poderiam desencadear sofrimento emocional, são encontrados nesta história. Se você é sensível a temas pesados, então esta história não é para você. Sério, você foi avisado. Não diga que eu não tentei. Você provavelmente vai se encolher muitas, muitas e muitas vezes. Mesmo se você estiver em cima do muro, provavelmente não é uma boa ideia prosseguir. No entanto, se você está intrigado e destemido e meio que confia em mim, então continue. Este livro é para você."
A autora K. Webster faz uma tremenda publicidade de seu livro, descrevendo-o como apenas para "leitores fortes" e "siga por sua conta e risco". Faz com que soe tão tabu que lá fora ele não foi vendido pela Amazon, então o único lugar onde ele estava disponível era em e-book num tal de Smashword.
Vamos ao enredo...
Reed, quase 40, e sua esposa, Sabrina, tiveram gêmeos - Andrew e Devon - até seis anos atrás, quando o menino morreu em um terrível acidente. Eles tinham dez na época. Sua morte enviou a família para uma espiral descendente, o que é compreensível. Sabrina passa a maior parte do tempo na cama lidando com depressão, deixando Reed para ajudar Devon a lidar com a morte de seu irmão. Até aí é de partir o coração!
Reed é um empresário multimilionário. Ele ser um milionário tem zero a ver com o que acontece na história. Acredite em mim!
Ele liquidou todos os seus bens e comprou um monte de terras no deserto do Alasca, acreditando que ficar longe de sua casa chique e começar tudo de novo ajudaria a família a finalmente ser capaz de seguir em frente sem Andrew. Ambos os gêmeos têm apelidos. Andrew é Rowdy e Devon é Pip.
Devon concluí o ensino médio dois anos mais cedo, para que ela possa viajar para o Alasca com seus pais. Reed e Devon sempre estiveram próximos. Eles tiveram que ser, porque Sabrina foi uma mãe ausente. Ela morre muito cedo no livro e eu tenho que dizer que não fiquei chateado com isso, mas de certa forma, foi bizarro o que a autora fez com ela para que o livro seguisse o caminho tabu previsto.
Eles finalmente conseguiram chegar com seu trailer em seu terreno nas margens de um penhasco. Na noite em que eles montam acampamento ocorre uma tempestade muito ruim. E Devon, de 16 anos, não consegue lidar com o som da chuva lá fora, então ela rasteja na cama entre os pais. Enquanto ela está lá seu pai a confunde com Sabrina enquanto dorme e as promessas da autora começam a tomar forma.
Obviamente ele fica completamente atordoado e acorda dando uma crise de nervos que é prosseguida pelas consequências da tempestade. A partir daí o mundo deles que já era ruim piora ainda mais...
Claro, sabemos o que vai acontecer a seguir. Papai e Devon começam um relacionamento sexual. Não estamos falando semanas ou meses depois. Estamos falando de horas!
A partir daí o livro caiu em espiral para mim mas eu realmente queria conferir que desfecho alguém daria para uma história como essa.
Não há apenas sexo entre esses dois. Há uma obsessão séria. O que eles estão fazendo já é (obviamente) ilegal, para não dizer bizarro, mas a obsessão cruza a linha de abuso, tanto físico quanto emocional, por parte de Reed. Então como eu mencionei e a autora também, a história é repleta de gatilhos!!
Achei sinceramente essa história digna de revistas eróticas que poderia facilmente ter apenas 1000 caracteres e não ser vendido como um livro de Dark Romance e tabu. The Wild se resume em apenas uma escrita pobre, com acontecimentos fáceis e previsíveis sobre um homem obsessivo, cenas de sexo terrivelmente escritas e uma adolescente estupida e submissa.
Já li algumas histórias de Dark Romance, que tem como característica justamente temas pesados e tabus, repletos de gatilhos. Esses livros são assim e lê quem quer, sabendo disso. Foi por curiosidade que peguei The Wild e até hoje foi o pior livro do gênero que eu já li!
Estupro não é sexy. Não é divertido. Muito menos aborto espontâneo. A maneira como ambos foram retratados, como algo que pode ser consertado mais tarde com mais sexo me irritou demais!
Existem muitos flashbacks de ambos os personagens. Esses flashbacks mostram claramente que sempre houve uma coisa imprópria entre eles, mesmo que eles ainda não tivessem agido. Não houve sequer lágrimas quando Sabrina morreu, então estou supondo que Reed e Devon não se importaram muito em conseguir ajuda para ela quando ela ainda estava viva. Como eu disse, uma saída fácil para a autora dar o rumo que ela queria para a história.
Eu tive uma ponta de gostar desse livro, mas a autora seriamente me decepcionou com os fáceis e previsíveis caminhos que seguiu. Eu gostaria que ela tivesse trabalhado mais os personagens, dado mais motivações para seus atos e dosado um pouco mais as cenas de sexo. Enfim! Quem á leu Proibido da Tabitha Suzuma sabe o que estou falando!
Nós, enquanto leitores, podemos discordar de um tópico, mas também somos aqueles que serão os primeiros a dizer: "Não julgue um livro pela capa", então antes de você ouvir a opinião de alguém que não leu o livro e declarar é "impróprio" dê uma boa olhada nos livros que você tem em sua estante ou em seu kindle. Quantos cruzaram a linha? Síndrome de Estocolmo, seqüestro, abuso físico e mental, estupro, etc... Alguns são Dark Romance, outros estão em fantasias e livros New Adults. Enfim, não é pela temática que a leitura foi ruim, pois como eu já disse antes e reafirmo os Dark Romances são totalmente fora da caixinha!
Com isso dito, eu recomendaria The Wild àqueles que não têm medo de ler histórias sombrias que passam dos limites. E sim, eu teria gostado de mais informações sobre quem eram os personagens antes da mudança para o Alasca e menos conteúdo sexual compulsivo e atitudes totalmente insanas!
XoXo!
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